Conhecido por todos, Batman é, com certeza, o superherói mais famoso do mundo, só sendo comparável, em termos de popularidade, ao Super Homem. Porém, nem sempre foi assim: o chamado “cavaleiro das trevas” só se tornou mundialmente famoso com a série de televisão camp da década de 60, cujo grande atrativo, sem sombra de dúvidas, era o Batmóvel idealizado por George Barris.
A história deste Batmóvel começou em 1955, com o surgimento do Lincoln Futura. Este veículo, umdream car (ou carro de sonho, como eram chamados os concept cars da época), era uma idéia de Bill Schmidt (estilista-chefe da Lincoln-Mercury entre 1945/55) e foi feito na Itália pelos estúdios Ghia. O design do interior foi creditado a Stan E. Thorwaldsen, enquanto o teto de plexiglass (tipo de acrílico) era de autoria de Ron A. Perry.
O chassi empregado era semelhante aos dos Lincoln Mark II de série. O motor V8, acoplado a umcâmbio automático Turbo Drive, tinha carburação quádrupla, 368 polegadas e desenvolvia 330 cv (bastante para a época). O Futura fez sua primeira aparição em público no dia 8 de janeiro de 1955, quando foi exposto no stand da Ford montado no Chicago Auto Show. Assim, nos anos seguintes o carro, que custou US$ 250 mil, foi a estrela de diversos salões, além de servir de inspiração para os Lincoln de passeio feitos até1957.
Diversas miniaturas do Futura foram lançadas e, em 1959, o carro estrelou um filme de cinema, It Started With a Kiss, produção da Metro Goldwyn-Mayer protagonizada por Debbie Reynolds e Glenn Ford. Como curiosidade vale destacar que, como a pintura branca perolizada não fotografava bem, o veículo teve de ser pintado de vermelho para participar das filmagens.
Quando se tornou obsoleto, o Futura foi vendido a George Barris por US$1,00, valor simbólico apenas para se oficializar a venda. O customizador, segundo a lenda, teria pago apenas um dólar pelo carro e, como não tinha um local coberto para guardá-lo, acabou deixando o dream car no pátio aberto de sua empresa. Esquecido, o veículo, tomando sol e chuva por vários anos, acabou se deteriorando. Aparentemente o Futura iria acabar seus dias em um depósito de sucata, mas uma incrível reviravolta estava por ocorrer nessa história.
PRAZO CURTO
Em 1966 Barris recebeu uma encomenda importante da 20th Century Fox: construir o carro de uma nova série de televisão, Batman, que seria estrelada por Adam West e Burt Ward. Assim, ele contratou Dean Jeffries, outro customizador, o qual foi incumbido de realizar o serviço, tendo como base um Cadillac 1959. Tudo corria bem até que a Fox diminuiu o prazo de entrega para três semanas. Jeffries, considerando a atitude absurda, deixou o projeto e Barris teve de encontrar outra solução para honrar a encomenda.
Como o prazo era curto, Barris lembrou-se do combalido Futura. O customizador fez então um desenho do dream car, aplicando no mesmo a maior parte das modificações que realizaria e, no dia seguinte, chamou o pessoal da Fox e apresentou seus “scretchs”. As linhas do Batmóvel agradaram em cheio e a proposta foi aprovada. Logo em seguida o customizador contratou Bill Cushenberry, que fez todas as mudanças necessárias na carroceria do Futura.
O pára-choque do Lincoln, antes cromado, foi pintado de preto. A grade recebeu uma divisão no meio, em forma de “V” e o capô ganhou duas entradas de ar. O efeito visual lembrava o focinho de um morcego, sensação intensificada pelo fato dos faróis ficarem quase escondidos, tal como os olhos do mamífero voador. O Futura não tinha teto, mas sim a já citada capota feita de plexiglass, a qual se encaixava no pára-brisa e na vigia traseira, ambos de bolha dupla. Barris retirou a parte central e, entre as bolhas, instalou uma espécie de barra, na qual foi fixada uma sirene e duas antenas. No interior do veículo foram montados diversos equipamentos fictícios de combate ao crime, como o monitor da “batcâmera”, o “batfone” e o “batscópio”. Além disso os “batbancos” tinham cintos de segurança e eram “ejetáveis”.
Na lateral as caixas de rodas, antes com corte reto, passaram a ser circulares. Os rabos de peixe, que “nasciam” nas entradas de ar localizadas nos pára-lamas traseiros, foram fechadas através de prolongamentos de chapa, os quais se projetavam das portas. Com isso chegou-se a um efeito estético muito semelhante as asas de um morcego.
Atrás, Barris adaptou a saída das famosas “turbinas atômicas” e dois pára quedas, “utilizados” pela dupla dinâmica quando se fazia necessário desacelerar o carro com maior velocidade. Ainda na traseira, o customizador instalou três longos tubos que, também na fantasia do seriado, eram os lançadores dos “batmísseis”.
O motor original foi substituído por um Ford V8 de 390 polegadas e a carroceria pintada de preto brilhante com filetes vermelhos. Além disso, Barris aplicou em cada uma das portas o morcego símbolo da série. As rodas de chapa originais, com supercalotas, deram lugar a um jogo Rader de liga leve (do tipo conhecido no Brasil como “palito”), naturalmente equipadas com “batcalotas”.
O carro ficou pronto a tempo e, em 12 de janeiro de 1966, com a estréia da série de TV, tornou-se mundialmente conhecido. Durante os 120 episódios foi uma constante nas escaramuças deBatman e Robim, a dupla dinâmica, contra bandidos como Coringa, Charada, Rei Tuth e Cabeça de Ovo, entre outros. Após o cancelamento da série, em 1968, o Batmóvel retornou para as mãos deBarris, que o mantém até hoje, mais de cinquenta anos após o surgimento do Futura.
Claro que era cinematográfico. Ele continuava a ser um Lincoln Futura estilizado, mas em baixo da pele, era só isto. O resto não existia. O que a miniatura poderia ter representado no interior seria o Futura. Na vida real a sua dirigibilidade devia se bem comprometida pela forma da cabine e do vidro da frente completamente anti-funcional. A nona foto mostra como a visibilidade era totalmente comprometida. O que em 55 era idéia de "Futura" não se tornou realidade.
ResponderExcluir¡Santo bati auto Robin!
ResponderExcluirEspectacular, esa foto tomada de frente, con Batman y Robin adentro, es para un cuadrito.
Abrazos!
Mordaz, pode não ser funcional, mas dá saudades ver o Batmóvel deixando a Batcaverna com as turbinas funcionando. Além disso, é ficção. A série "Jornada nas Estrelas", por exemplo, usava objetos de conceito de design como equipamentos futurísticos. O aparelho para verificar a saúde dos tripulantes era um saleiro, mas isso não tira o clima da cena
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