Mais uma informação do Luis Souza.
Fonte: RAC - Correio Popular Campinas
Maria Teresa Costa Agência Anhangüera de Notícias
Na tentativa de impedir a retirada de uma locomotiva da antiga Companhia Mogiana de Estrada de Ferro do pátio central ferroviário, a presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), Renata Sunega, abriu ontem, ad referendum (decisão tomada por uma pessoa, para posterior análise), processo de estudo de tombamento do equipamento, com a exigência que ele permaneça onde se encontra — em um dos barracões históricos da Estação Cultura. A locomotiva, de 1952, é a primeira movida a diesel construída pela Mogiana em Campinas e a única que restou de um lote de 12 máquinas a diesel fabricadas naquele ano na cidade.
Na próxima reunião do Condepacc, dia 16, o conselho irá avaliar se referenda a decisão da presidente. Além da máquina da Mogiana, o Condepacc incluiu no estudo uma locomotiva operada pela antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro e que está guardada no mesmo barracão. A urgência da decisão do Condepacc — que será publicada nesta terça-feira no Diário Oficial — visa garantir a permanência das máquinas na cidade por causa de seu valor histórico, informou a historiadora Daisy Ribeiro, da Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC).
O procedimento quer evitar que aquelas máquinas acabem tendo o mesmo destino de uma locomotiva que pertenceu à Estrada de Ferro Araraquara e que ontem estava sendo cortada com maçarico para ser vendida como sucata. Essa máquina, segundo o historiador Henrique Anunziatta, tinha apenas a carcaça e não havia como ser recuperada para circular na ferrovia.
Com a abertura do processo de tombamento, integrantes da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) querem ganhar tempo para uma mobilização maior para conseguir que a América Latina Logística (ALL), proprietária das máquinas, doe as locomotivas para a entidade que opera o trem turístico entre Campinas e Jaguariúna. “Se a locomotiva sair de Campinas, ela corre o risco de ficar abandonada e ser depredada”, disse o diretor da ABPF, Hélio Gazetta. A entidade quer as duas locomotivas, mas tem urgência em conseguir a que foi operada pela Mogiana por causa das informações que recebeu de que a ALL iria levá-la de Campinas.
A concessionária informou que a locomotiva foi arrendada à empresa no processo de concessão e que ela está em uso e é parte dos equipamentos operacionais. Por isso, não há possibilidade de ser doada à entidade. A ALL informou que a máquina está passando por manutenção e irá voltar a ativa. Ela sairá de Campinas e vai circular na área de concessão. O equipamento nunca saiu de Campinas porque era utilizada, desde o início de sua operação, para movimentar carros e vagões nas oficinas do pátio central da cidade.
A ABPF, que atua na preservação ferroviária com uma coleção de locomotivas movidas a vapor, além de carros e vagões do período das marias-fumaças, tem interesse em ter uma diesel. “Nos interessa ter uma máquina mais ágil para usar nas emergências”, disse Gazetta. A intenção é ter exemplares de vários períodos da ferrovia, formando um “museu a céu aberto”.
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Enquanto isso Campinas vai se dissolvendo, perdendo o patrimonio público, sua história, suas praças, seus monumentos, sua qualidade de vida...
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