quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tucker um homem e seu sonho, ou delírio?

Preston Tucker nasceu em Capac, no estado de Michigan, nos Estados Unidos em 21 de setembro de 1903 e teve o seu primeiro emprego como office-boy na sede da Cadillac Motor Company.

Depois de casado, trabalhou como vendedor numa concessionária de Memphis, no Tenessee, chamada Mitchell Dulian. Vinte anos mais tarde, o dono dessa concessionária passaria a ser o diretor comercial da Tucker Corporation.

Em 1933, Preston Tucker já era diretor comercial da Pierce-Arrow. Pouco tempo depois, já era proprietário de uma concessionária Packard em Indianápolis. Durante toda sua vida, Tucker sempre elaborou planos industriais.

Em 1940, inaugurou em Ypsilanti, Michigan, a Tucker Aviation Corporation, indústria que fabricava aviões, tanques e canhões para a Segunda Guerra Mundial. Com o fim da guerra, em 1945, ele destinou seu dom industrial ao seu grande sonho: construir um automóvel que fosse seguro, rápido, baixo, comprido e com boa aerodinâmica. Nascia o projeto Tucker Torpedo, um carro que estava anos à frente da concorrência em matéria de engenharia, velocidade, com estilo futurista, além de ser extremamente seguro. Em quinze anos de projeto, o carro recebeu diversas inovações como o design aerodinâmico desenvolvido pela indústria da aviação, além de apresentar uma segurança muito avançada para a época com cintos de segurança e compartimento deformável dos passageiros. O pára-brisas do Tucker Torpedo também recebeu uma atenção especial: ficava encaixado sobre uma espuma de borracha, fazendo com que ele saltasse para fora do carro em caso de colisão. Este carro também possui um farol central que vira acompanhando a direção do volante para iluminar nas curvas.


Para se ter idéia de como Tucker se preocupava com a segurança dos passageiros, as maçanetas internas do veículo ficavam para dentro das portas para evitar que seus ocupantes se machucassem em caso de acidente. O interior do carro era todo acolchoado, inclusive o painel e, o retrovisor interno, era de plástico flexível.

Tucker Torpedo também tinha um sistema de suspensão independente, freios a disco nas quatro rodas e era um carro com motor de 6 cilindros horizontais de 5,8 litro (9,6 litros na primeira versão), o mesmo usado no helicóptero Bell, dotado de uma potência de 150cv, capaz de atingir 190 km/h. Os cilindros do Torpedo, em 1947, já eram alimentados por injeção de gasolina! Enfim, o Tucker Torpedo seria o carro dos sonhos de todos os americanos, por um preço que grande parte deles poderia pagar: apenas US$ 2.450,00. Após a divulgação do seu projeto, Preston Tucker conseguiu encomendas de 300 mil unidades de pessoas que queriam possuir o "carro dos sonhos". Com isto, conseguiu atrair 28 milhões de dólares através do mercado de ações dos Estados Unidos para iniciar o seu projeto, que foi colocado em prática numa antiga fábrica de aviões alugada em Chicago, onde chegaram a ser construídas algumas unidades do carro.

Por ter um projeto totalmente inovador e que poderia abalar as montadoras norte-americanas, algumas pessoas afirmam que as grandes montadoras da época, juntamente com o próprio governo norte-americano, fizeram uma grande conspiração contra Tucker com um marketing negativo agressivo e expansivo de ataque ao industrial com calúnias, processos e fraudes em seus projetos e balanços que colocaram Tucker como um dos maiores fraudadores do país, como se tivesse enganado acionistas e concessionários, sendo comparado até mesmo a Al Capone.

Tentaram condenar Tucker com uma pena que poderia variar de 20 a 155 anos de prisão. Mas, com habilidade de mostrar como o país estava sendo injusto com ele, Tucker conseguiu ser absolvido do processo. Mesmo assim, sua fábrica já havia sido fechada pelo poder norte-americano e o carro já havia conquistado fama de fraude, o que culminou no fim do seu sonho nos Estados Unidos, em 1949.

Apenas 51 unidades do Tucker Torpedo chegaram a ser construídas. Destas, 47 ainda existem com colecionadores, uma no Brasil, abandonada ao Deus dará, sem motor... um pecado.

Esta cena é do filme, mas dá pra provar que ele realmente construiu os carros que prometeu.

Conhecem o Tucker Carioca? Isso é para outro post... depois conto a história desse carro.

Se já queriam sumir do mapa com o Sr. Tucker pelo Torpedo, imagine se ele tivesse conseguido fabricar o Carioca aí de cima...

Assistam ao filme!

8 comentários:

  1. "compartimento deformável dos passageiros."?

    O ideal não é o indeformável, e o habitáculo do motor ser deformável para absorver o choque dissipando energia? Se o compartimento de passageiros deforma os passageiros ficam feridos e presos dentro.

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  2. Existiu também o Carro de Combate Blindado Tucker que não passou de dois protótipos entre 1939-1941.

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  3. mordaz quanto mais vai deformando mais vai dissipando a energia do impacto, quanto mais rigido menos dissipaçao de energia ocorre...veja a diferença entre o acidente que matou senna quando o carro era mais rigido pros carros de hj que ficam deformado mas a celula de segurança fica protegida.

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  4. Deve ser um erro bobo de quem escreveu, deveria ser "estrutura deformavel" apenas. O que levou o carro a ser um fracasso foi justamente seu maior trunfo, ele era pensado para ser seguro em caso de acidentes, mas como americano é mais burro que uma parede de tijolos: eles pensaram que o carro era assim pq era muito ruim e ia bater muito, por isso o engenheiro já pensava em como salvar os passageiros... eita burrice desenfreada desses americanos.

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  5. O caso do Sena não foi um caso de deformação, mas da ponta do eixo da roda dianteira, que soltou-se com o impacto, e penetrou no capacete e no crânio do piloto, saindo em seguida. Foi tão rápido que ninguém notou. Só revendo as imagens em câmara lenta na investigação. Só os atendentes de pista viram a irreversibilidade do caso. Mas como ele era um ídolo, tiveram a prudência de só declarar o óbito no hospital. Não tivesse ocorrido este detalhe e ele não teria morrido, pois no resto estava ileso.

    No caso de automóveis de passeio, a "célula de sobrevivência" é justamente o "compartimento dos passageiros", e a parte do motor que é planejada se deformar e dissipar a energia.

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  6. Cara não foi a ponta de eixo, foi o braço da suspensão.

    Depois desse terrível acidente é que foram comparar os carros da F1 com os da Indy e perceberam que o cockpit dos F1 eram muito abertos...

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  7. entao mordaz mas aquilo acontenceu pq o carro era rigido demais...e nao absorvia o impacto.

    quanto ao tucker terminou a vida fabricando geladeiras de baixo custo pra pessoas de baixa renda na america do sul

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  8. Vejo um desses em frente da minha casa, no centro cultural de Caçapava ...

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